domingo, 31 de maio de 2015

A Comunicação como um diferencial


Já se viu diante de uma situação como essa: “Você tem três minutos para me vender a sua ideia”. Este foi o desafio do empresário internacional, Donald Trump, a um empresário brasileiro, que apresentou a ele a idéia de montar o primeiro empreendimento da “Trump” no Brasil. Certamente, se o empresário brasileiro não tivesse utilizado do domínio da comunicação para convencer o executivo, o empreendimento não teria saído do papel.
Quantos profissionais, diariamente, não passam por situações iguais a esta, ao tratar com um cliente, um fornecedor e até mesmo ao propor algo novo ao chefe e aos colegas de trabalho? É nessa hora que o domínio da comunicação oral e escrita faz toda diferença e funciona como ferramenta essencial para garantir o sucesso dos negócios e das organizações.
A professora Júnia Miranda Carvalho, coordenadora do Curso Gestão Estratégica da Comunicação, do Instituto de Educação Continuada (IEC) da PUC Minas, chama a atenção que o papel da comunicação começa bem antes da atuação do profissional numa determinada função, seja na hora de conseguir um emprego, prestar um serviço ou fornecer um produto. “Em ambientes competitivos, o “parecer” ou “ter”, muitas vezes, suplantam o “ser” um bom profissional. Entretanto, a cultura e boa educação são atributos fundamentais em qualquer situação da vida, em especial no mundo do trabalho e dos negócios. Essas qualidades são imediatamente percebidas nos testes de seleção, pelos superiores, colegas de trabalho e  clientes, sobre o modo de falar, agir, a escrita e em todo o comportamento cotidiano de quem exerce uma atividade profissional”.
Somente a competência técnica, experiência, prestígio, controle emocional e boa conduta não são suficientes. A professora acrescenta que desenvolver habilidades no campo da comunicação oral e escrita é fundamental. “Falar corretamente, evitando gírias e jargões, de forma clara e objetiva, facilita o entendimento até das pequenas instruções no dia a dia das empresas”.

Desenvolvendo habilidades

Muitos especialistas da área de Recursos Humanos são unânimes ao defender que sem a habilidade da comunicação, o profissional sai em desvantagem em relação aos seus concorrentes. Num mundo globalizado, com as novas tecnologias mais presente na vida dos profissionais, quem se comunica bem está em evidência e pode até chegar ao topo da carreira com menos esforço se comparado àquele profissional que não tem essa mesma habilidade.
Ter conteúdo é importante, porém, mais essencial ainda é que todos saibam do seu potencial. Se comunicação não é o ponto forte, o profissional tem que se conhecer, ler, estudar, se preparar, procurar cursos que possa desenvolver o seu lado comunicador.
Júnia Miranda lembra que embora as atuais tecnologias de informação facilitem a comunicação escrita, como é o caso do Twitter, onde as mensagens têm no máximo 140 caracteres, ainda é preciso saber escrever um relatório, uma carta, um projeto ou discurso. “Parece fácil desenvolver essa competência, mas isso só é possível com muita leitura, prática frequente da escrita e uma bagagem cultural cultivada ao longo dos anos”. 
Para os profissionais que querem melhorar a sua comunicação, a professora oferece algumas dicas:
• Leia sempre diversos gêneros literários, inclusive os principais jornais e revistas.
• Se o profissional for tímido ou tiver dificuldade para falar (tom baixo ou muito alto de voz, problemas de dicção, etc.) deve-se procurar ajuda de um fonoaudiólogo.
• Escrever com cuidado e técnica é importante e uma boa revisão é sempre necessária.
• Para quem quer se atualizar, cursos de curta duração sobre redação empresarial, oratória e outros similares sempre são oferecidos, além da bibliografia específica disponível. Em tempo, as empresas já exigem esse domínio também em idiomas estrangeiros.

Fonte: PUC Minas

Ganhe evidência no trabalho


Por Angelica Kernchen
A capacidade de imprimir uma lembrança na mente de outras pessoas não acontece por acaso. Muitos aspectos são relevantes e responsáveis por causar a associação de nomes e pessoas assim que determinado assunto surge em nossa cabeça. Essa é uma premissa extraída do marketing, porém, para a vida e a carreira de qualquer profissional, vale o mesmo. A principal definição de marca tem a ver com individualidade, com o que é único em cada indivíduo. E para que marcas profissionais sejam deixadas, o mais importante é descobrir o que se tem de único, o que faz com que cada pessoa seja diferente, além de aprender a como usar isso a seu favor.
A maneira como um profissional se relaciona com seus parceiros de trabalho, sua experiência e aparente busca por conhecimento, como ele o expõe e a segurança com que faz isso fazem parte de quem ele é e de como quer que as pessoas se lembrem dele profissionalmente. Mesmo que nunca se tenha pensado nessas pequenas ações de modo estratégico, é com base nelas que as pessoas são lembradas e, muitas vezes, referidas.
Especialistas dizem que o mercado de trabalho atual necessita de profissionais que mostrem que irão um pouco além do usual. “Alguns anos atrás possuir uma boa formação acadêmica, fluência em uma segunda língua, e experiência no exterior eram praticamente garantia de um excelente futuro profissional. Porém hoje não funciona bem assim. A nova geração que está entrando no mercado agora, conhecida como “Geração Y”, nasceu e cresceu em um mundo totalmente informatizado, em que a velocidade e transmissão de conhecimento vão muito mais longe do que poderia ser imaginado por seus pais. Algumas vezes, os candidatos são bons, com ótimas formações, mas falta um diferencial, algo que mostre que podem contribuir de formas diferentes dos demais”, cita Camila Almeida Rosa , pesquisadora de carreiras do grupo NEO Empresarial, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Segundo Carlos Buzetto, Ph.D em Administração, consultor de empresas e professor da Fundação Getúlio Vargas, quando um profissional, apesar de competente, acaba sendo ofuscado no ambiente de trabalho, pode estar acontecendo uma situação em que ele espera ser reconhecido tão somente pelos seus méritos, sem necessitar divulgar suas realizações. Ele deseja que os outros percebam isso naturalmente, e quando não acontece, julga-se injustiçado e culpa os demais – colegas, chefe, empresa – por não o reconhecerem. Segundo Buzetto, esse é um comportamento típico do indivíduo introvertido. “O normal seria que um indivíduo minimamente preparado lute pelos seus direitos – no caso, pelo direito de ter seu trabalho e sua competência reconhecidos. Quando isso não acontece, pode haver um conflito de expectativas. É claro que, em um primeiro momento, devemos considerar se o problema não está na própria chefia. Normalmente, se o funcionário não desempenha a contento, o chefe o procura e corrige. Já se o profissional é bom, o chefe não se preocupa. O chefe pode acreditar que, se o funcionário está fazendo um bom trabalho, não necessita intervir. Daí, negligencia o elogio”, diz ele.

Outro fator para qual Buzetto chama a atenção, ainda ligado à liderança, é o receio que, se elogiado, o funcionário acabe sentindo que tem espaço para reivindicar algum privilégio ou maior remuneração. “Pode haver também o medo de ser superado pelo funcionário, ou alguma antipatia”, identifica ele.
Se olharmos para o profissional em si, alguns fatores devem ser levados em consideração para evitar que se caia no esquecimento. Antes de tudo, é preciso chamar, um pouco, a atenção para si. “O indivíduo deve colocar suas competências a serviço da empresa e dos demais, e não, de forma egoísta, a serviço de si próprio. Fazendo um trabalho que agregue valor aos processos internos, possibilita a maior satisfação de clientes internos e externos. Isso naturalmente conduz a um ambiente com maior positividade e mais propenso ao reconhecimento de sua competência”, comenta Buzetto.
Outro ponto reside em reconhecer se o profissional é acessível, aberto ao diálogo, e se as pessoas realmente percebem que podem contar com ele. “É no ambiente profissional que o seu trabalho será notado, que você poderá ser reconhecido pelo o que faz, e ser lembrado quando uma nova oportunidade interessante aparecer. Por esse motivo, estabelecer uma rede de relacionamentos no ambiente profissional ajuda muito. Existe também a questão da flexibilidade. A falta dela para adaptar-se a diferentes ambientes e diferentes tarefas é ruim. Frequentemente temos que assumir atividades que não são as que mais nos agradam, mas que são necessárias para o bom andamento da organização, e isso deve ser levado em consideração”, explica Camila.
Em determinadas situações, também é importante chamar a responsabilidade para si. “Obtém destaque aquele profissional que tem uma atitude proativa, que busca para si desafios, que se oferece em projetos fora de seu escopo no cargo. 

Demonstrar sua disponibilidade, dar sua opinião construtiva sobre as decisões que a empresa precisa tomar, encontrar soluções ao invés de problemas, e estar a par do negócio de sua empresa e do mercado onde ela atua são atitudes fundamentais. Pensar na floresta e não somente na árvore, esta é a base da visão sistêmica que se espera de um profissional que pensa em fazer a diferença em sua empresa”, diz Luciane Beretta, sócia-diretora da Cappter Profissionais e da Vos Desenvolvimento Organizacional.

Para finalizar, Luciane diz que nunca é demais destacar que o espírito empreendedor, a capacidade de trabalhar em time, a visão sistêmica e o comprometimento com os resultados que a empresa necessita alcançar são ações essenciais para que seu nome, como profissional, seja sempre lembrado. “Digo também que aquele profissional apaixonado pelo que faz é o que faz a diferença, a emoção que carrega consigo gera naturalmente um destaque em seu trabalho”, completa Luciane.
Dicas para desenvolvimento de carreira
Camila Almeida Rosa ainda dá algumas dicas interessantes para o desenvolvimento de carreira profissional e para evitar a sensação de carreira estagnada:
Foco – Ter um foco é o princípio do sucesso. Para chegar ao sucesso é preciso saber que ele existe e onde ele está. Busque conhecer a si próprio e seja autocrítico para que suas energias sejam concentradas em seus objetivos.
Feedback – Procure ouvir o que a empresa espera de você e quais os planos dela para o futuro. Muitas empresas não possuem um processo de avaliação de desempenho, e o feedback pode ficar no esquecimento. Neste caso, cabe a você ir atrás das informações a seu respeito.
Reconhecimento – Assim como o feedback, a Geração Y (profissionais nascidos a partir da década de 80) é sedenta por reconhecimento. Elogios, aumentos de salário e promoções de cargos são sinais que você está sendo reconhecido. Mas, não esqueça, a melhor forma de requerer reconhecimento é provando que o merece com resultados.
Estímulo – É preciso gostar do trabalho, da empresa e da equipe. Tratar o trabalho como um sacrifício que precisa ser vencido todos os dias não estimula ninguém ao aprendizado e ao crescimento. Se você não se sente estimulado, mude de emprego, de ramo, de profissão ou de objetivo o quanto antes.
Perspectiva – Se a empresa que você trabalha não deixa claro quais são suas chances de crescimento, ou se você não sabe o quanto você deve ganhar, é sinal que você precisa visualizar melhor o futuro e o presente. Sem perspectivas não há como ter foco.
Conhecimento – Somente com o conhecimento você será valorizado. Hoje, o maior valor de um profissional está no seu conhecimento. Portanto, estude, leia, escreva e estimule o seu cérebro a ter sempre novas ideias.
A falta de qualquer um dos requisitos acima é sinal que sua carreira precisa de mais cuidados. Se a empresa que você trabalha não faz, procure fazer uma análise do seu desempenho. Busque metas alcançáveis para que a motivação não fique abalada. Defina um foco e concentre suas forças para alcançá-lo.